sábado, dezembro 01, 2007

13 de Novembro de 2007

Minha querida!


Tanto para ver e tão pouco tempo para tudo! Sigo fascinado este rumo que o destino me proporcionou... só tu me fazes falta, o teu humor mordaz, imprevisível... ainda hoje mordo o lábio quando me lembro da resposta que deste ao meu irmão engatatão: "Eu defendo causas, não pessoas!". Tu não existes, minha querida, e eu sem ti sou um ser errante, uma esponja que absorve a experiência, mas que não a vive na sua plenitude. Fazes-me falta...

Conheces-me, sabes como sou. Nunca recuso um desafio, sou um trouble maker! Ontem um ladrão roubou-me a carteira! E eu, como se estivesse na minha terra, pus-me logo a correr atrás dele, furioso! "Larápio! Devolve aquilo que é meu!". Escusado será dizer que depois de um sprint de 500 metros, ao melhor nível olímpico ;), nada de larápio, nada de carteira, e o teu amigo completamente ACABADO! Felizmente que tinha deixado os documento no cofre do Hotel e a carteira só tinhas uns trocos! (está tudo bem, não te preocupes!).

O regresso ao Hotel foi complicado, tinha-me perdido no meio daquelas ruas labirínticas e o sol já estava no ocaso. Lembrei-me logo de quando nos perdemos em Macau, no bairro chinês, e estivemos quase, quase para apanhar um taxi! Lembras-te? A tua carita muito séria, a fingir que não estavas preocupada!

É engraçado deixarmo-nos ficar encostados a uma parede e ver as faces das pessoas que passam, atarefadas nos seus pequenos mas importantes gestos, quotidianos repletos de dificuldade. As pessoas aqui envelhecem tão depressa! As rugas sulcam-lhes os rostos jovens. Mulheres como tu e já tão estragadas pelo trabalho árduo. Não sorriem, aqui a vida é madrasta, é sogra, é um acumular de pressões que só se desvanece com a morte. Dou graças a Deus por viveres em Portugal, minha querida, e poderes ser Livre, e Feliz!

Ainda hoje não sei porque não vieste comigo...

Teu, sempre,

Corto

6 comentários:

Anónimo disse...

" Ah se eu pudesse não partir
Eu ficava aqui contigo
Se eu pudesse não querer descobrir...
Ah se eu pudesse não escolher,
Eu juro, era este o meu abrigo
Se eu pudesse não saber que há mais..
Mas como pode a lua não querer o céu?
Como pode o mar não querer o chão?
Como pode a vontade acalmar o desejo?

Como posso eu ficar ?..."

(letra e música de Margarida Pinto)

Querido Corto mais uma vez deixaste esta bonekita de trapos de lágrima no canto do olho..."maldito" sejas por seres tal e qual como és e ainda bem que o és...

Medusasss...mais uma vez Parabéns...palavras que tocam e emocionam :)

Aguardo por mais...espero em pontinhas dos pés por descobrir porque não foi ela...

Hydrargirum disse...

Realmente a tua relação com o Corto, passou na minha mente para um novo nível!!!..

Med Maltese...soa bem!

Achas algum dia que a escrever assim....o blog era JHSchool?

M disse...

ehehehehhe

Bonekita... a minha primeira reacção, mal li o teu comentário foi destruir esta linda e trágica história de amor com um acontecimento tenebroso, ao nível do incesto ou uma doença qualquer hereditária... mas contive-me, e pode ser que haja novos capítulos brevemente!

Hydra... adorei o Med Maltese! Soa tão bem! :D
Obrigado pela gentileza, és um cavalheiro, como sempre! ;)

Anónimo disse...

És terrível!! :D

Incesto relembra os Maias...doença hereditária também não me parece...tenho a certeza que consegues imaginar algo ainda mais docemente tenebroso...
É engraçado como histórias de amor com um final trágico se tornam docemente belas...será a tragédia uma forma de beleza? aiiii q isto não soou nada bem!!

Mas conseguiste prender-me a atenção...a curiosidade ficou ainda mais aguçada! ;)

Anónimo disse...

E sim, Med Maltese soa muito bem...i like it :)

Mokas disse...

eh Bonekita de trapos! Bom gosto...
MArgarida pinto é excelente...
Med, a cena das cartas está bacana... se eu organizar uma estrutura de animadores e etc, convido-te para escreveres os scripts!