There's too much love

Belle & Sebastian - There's too much love

À custa das minhas últimas semanas intensivas de estudo tenho presenciado dos episódios mais engraçados que a minha pobre e decadente memória se tem lembrado nos últimos tempos.

Realmente a vida de estudante é pródiga em desencontros e outras coisas engraçadas, essencialmente porque os jovens continuam a ser aquilo que sempre me lembrei que eram: muita emoção e pouco tino. Desde o parzinho de namorados que vai abraçado na rua... e que ao discordar de qualquer coisa, ela retira logo o braço, repudia, castiga: "ai não concordas, então não há miminhos para ninguém!", e eu cá atrás, involuntária espectadora do acto castrante da fêmea dominadora.

E aqueloutro parzinho de namorados que ficaram a estudar na minha mesa: todo ele é subserviência, ele entrega-lhe o telemóvel para guardar, ela agarra nele: vê as chamadas, lê as mensagens, e depois sussurra - "a minha avó fez anos, podias ter mandado uma mensagem, não, tens de lhe telefonar!" - Ao que ele, fartinho de estudar, de tanta concentração, lhe responde - "vamo-nos embora?" - Mas não vão, ele vai, ela fica, ele faz birra, ela faz de conta que nada se passa, ele esquece-se das chaves do carro e retorna (ela guarda tudo, namorada aka mãe), tenta roubar-lhe um beijo, ela vira-lhe a cara. Giríssimo! Onde tenho eu andado nestes últimos anos que tenho perdido estes episódios hilariantes??? Claro, deixei a faculdade: o mundo do trabalho é mesmo chato, pah!

E que dizer daquele grupinho jeitoso de rapazinhos (mesmo giros), que estavam a estudar assim uma coisa esquisita, que envolvia números (aposto para qualquer coisa do género economia ou gestão), que faziam as pausas ao mesmo tempo que eu fazia, que levantavam os olhitos sempre que eu passava. Eu bem ia ao espelho da casa-de-banho ver se tinha alguma coisa fora do lugar, estúpida escrito na testa por exemplo, até que descobri os factores de tanta atracção: a medusasss sempre que se levantava para ir à rua fumar um cigarrinho, vestia o casaco SEXY, cujo fecho zip, colocado assimetricamente do lado esquerdo, subia num movimento rápido desde o joelho até ao pescoço, sendo o gesto finalizado com o fecho do cinto metálico sobre a cintura, com um clic acentuadamente audível, e sexy também, claro está! Ao que depois se seguia o agarrar no cachecol roxo/lilás, levemente perfumado na minha eau de parfum de eleição, e apertado ao pescoço num movimento estrangulatório, i. e., num jesto enforcatório. Dava-lhes cabo da concentração coitados...