sexta-feira, março 07, 2008

Faltou-te um bocadinho assim?

Quem pergunte a qualquer aluno de Direito de Coimbra qual o ano mais difícil por que passou para se tornar jurista e a resposta é sempre a mesma: o 4º ano.

Não pense o leitor que as autópsias e as aulas de Medicina Legal traziam especial dificuldade. Na verdade era no 4º ano que tinhamos os cadeirões da licenciatura: Direito Comercial com o Dr. Cassiano Santos/Dr. Coutinho de Abreu, Direito Internacional Privado e Comunitário com o Professor Dr. Nuno Castello Branco, Direito da Família e das Sucessões com o Dr. Capelo de Sousa, Direito das Coisas com o Dr. Mesquita (aquele professor absolutamente fantástico e que deixou muitas saudades) e Direito e Processo Penal com a Dra. Maria João Antunes.

Desengane-se o leitor, nenhuma das cadeiras era de especial dificuldade. Os professores é que sentiam especial prazer em dificultar a vida aos alunos: desde mudar repentinamente o esquema de frequência, questionar matérias que se encontravam em bibliografia complementar, e demasiado frequentemente em notas de rodapé (sim, aquela letrinha nojenta tamanho 8), até estabelecer como plafon da prova escrita o 12 ou o 14.

Diz quem sabe que a professora mais prá frentex na faculdade "vocês não pensem que em processo penal a polícia pode chegar a casa de um tipo, mandar um pontapé assim (ilustração concreta do pontapé, estando a dita de minissaia e sapatos estiletos), agarrar na arma do crime e condenar o criminoso" , em hora combinada para mostrar provas, teve a seguinte saída: "E aqui descontei-lhe 0,5 valores, porque referiu a Professora Dra. Maria João Antunes como Dra. Maria João Antunes. Está mal, Dra. sou eu, tem de dizer Professora Dra. Maria João Antunes"...

E foi assim, que depois de um primeiro semestre com notas horríveis, o grupinho de sempre, à saída da frequência de Direito Comercial, em que nos deparámos com dois casos práticos, cada um com 3/4 de página, em letra miudinha e parágrafo único... gramaticalmente incompreensível...

Caros leitores, peço agora que juntem o dedo indicador com o polegar, exacto...

Comentário do meu colega:
"Pah, saí de lá com o olho do cu deste TAMANHO!!!"

E pois que comercial era a última frequência, e fomos para as docas contar os trocos (quanto é uma cerveja? E um martini? Ó med, tens aí €1, esqueci-me de ir ao multibanco. O quê? Também estás sem cheta? E tu B?), perante o olhar de nojo do empregado, e nós, pálidos, olheirentos, cheios de estilo, mas tesos que nem carapaus!

14 comentários:

bonekita de trapos disse...

Hahahhahahha o 4ªano!!!! Deixa que te diga que só tenho saudades das aulinhas de Medicina Legal, sempre atenta a tirar o máximo de apontamentos...E a vez em que passaram os fantásticos diapositivos de um corpo despedaçado por um comboio?! esquece...não interessa:p

Direito Comercial é aquele cadeirão que nunca hei-de perceber como o fiz à primeira...frequências intragáveis com pautas de fugir!

DIP...aquela fantástica cadeira à qual nenhuma aula tive o (des)prazer de assistir( estava em medicina legal a ver galinhas vendadas) e que fiz por oral, com o dito senhor a fumar na minha carita -blharc- mas muito simpático, não me chamou de burra, não me fez chorar e nem me mandou voltar em setembro com mais roupa...loooooool :)

E finalmente a minha pérola... Direito da Família, chumbei de propósito para dar alguma animação ao 5ºano que se esperava demasiado fácil.

Foi um ano duro, complicado, em que exames desapareceram durante o Euro 2004, orais adiadas pelo mesmo motivo sem data para recomeçarem...mas tudo foi ultrapassado e por isso hoje me rio tanto ao pensar nisso...mas que merecíamos umas notas melhores, MERECÍAMOS!!!

Bom fds!!
** da Bonekita de Trapos

bonekita de trapos disse...

Escrevi imenso...
Desculpa se ocupei demasiado espaço de antena....sorry :p
lol

mik@ disse...

bonekita a med nao se importa :)
desabafa melher...

lool a vantagem de se andar num politécnico (ok fora de coimbra vá) é que a maioria dos profs eram porreiros.

e ... não exigiam que os tratassemos por professor doutor abécula maria dos não sei quantos & amén!
é a professora ou doutora pra aqui e pronto...

também apanhei aqueles que não ensinavam nada... e se nao fossemos nós a mostrar trabalho... uih! mas quando a maria albertina deu 17 no trabalho eu esqueci a furia e desisti de lhe furar os pneus do carro (até porque a tia loira vinha a pé pra escola...)

anyway... a nossa vida nunca seria a mesma se não ouvesse uma cabra ou um cabrãozinho mete nojo pra nos fazer a vida dificil...

a vitória sabe melhor quando arrancamos boas notas àquela disciplina de caca.

kisss

Anónimo disse...

O que mais sinto saudades da faculdade... as belas das "jolas"...

Jokinhas linda

Maria disse...

Eu ainda vou no primeiro...
Um bjnho

Mokas disse...

Oh Med, estás com saudades da escolinha... (?) Primeiro aquele post delicioso sobre a autópsia, depois este.
Mas realmente, da faculdade recordamos com gosto aquelas coisas intragáveis, que nos sabem particularmente bem agora, precisamente pela dificuldade que tivemos em ultrapassar.
Estava a lembrar-me agora de um certo trabalho de grupo... ahahaha
Acho q me pegaste a doença. Ainda faço um post sobre isso.

M disse...

Bonekita, tens todo o espaço que precisares para escrever o que entenderes necessário! E mereciamos melhores notas, mas também tivemos um preparação do caralho! :)
***

Pois é Mikita, sabem muito melhor as boas notas conquistadas a ferros que as que foram "oferecidas"... se bem que... no nosso caso nada era oferecido, e quando se falam dos bons velhos tempos é sempre do secundário, quando não se estudava um cu!
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Hannah... também tenho algumas saudades da faculdade... quer dizer... mais ou menos... lol
Ainda bem que já passou! :)
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Nostálgica, boa sorte para este caminho que te aguarda, e boa sorte!
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Mokas, escreve lá a tua história para nos podermos rir mais um bocadinho!
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J.MARTINS disse...

Ando virado ao contrario por isso de Direito nao percebo nada... (que piada facil...) Mas adorei o pedido para juntar o dedo indicador e o polegar. Li uma e outra vez e sorri again and again..."
Continua...**

Olá!! disse...

Nunca passei por nenhuma faculdade, alias não sei se repararam, mas sou analfabeta... o que não me impediu de dar umas valentes gargalhadas com este relato
Med em grandeeeeeeeeeeee
Beijossssssssssss

M disse...

J Martins, já vi que escreveste mais qualquer coisa no teu blog! :)
Obrigado pelo elogio... como vês é um estilo completamente diferente, não tem nada de criativo, nem sequer remotamente bem escrito... o que interessa é o que se quer contar!
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Olá!
Mas que disparate! Vê-se logo que a Olá sabe ler, escrever e pensar muito bem! Eu apostava num Master num UK e um doutoramento numa Univ nos EUA!
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Hydrargirum disse...

Ui...

As memórias do curso....ai anos felizes...vais ver, vão ser os melhores da tua vida...!!

O que eu me ri com certas passagens aqui:)

Sotora...para frente agora:)...de memórias em punho:)

Jinhos:)

Anónimo disse...

Ha coisas que demoram a mudar... os critérios de avaliação (conceito bonito, esse de critério pré-estabelecido para correcção de exames) são os mesmos e corre o rumor que nesta faculdade os professores não se reformam, morrem de velhice :P

M disse...

Certíssimo Hydra-friend!
O caminho é sempre tendencialmente em frente... se bem que eu goste de um outro desvio, para poder usufruir da paisagem! ;)
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Ana, tens toda a razão... não é rumor, é verdade! Eu fiz parte da última leva que teve aulas com o Dr. Aníbal (Finanças Públicas)... que morreu no ano imediatamente a seguir, tendo conseguido a proeza de, no ano anterior, em exame de Julho, dar negativa a todos os alunos (umas meras centenas), dando a oportunidade de passar por oral a apenas 3 valentes, um com 9 e os outros dois com 6!
O Dr. justificou-se à comunicação social que não tinha culpa de ter alunos estúpidos e pouco estudiosos.
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sethyoder disse...

mas vcs so tiveram um ano dificil?! trocassem cmg :P

mudarem o modelo da freq?!?! lol...mas pk n haveriam de mudar?! n se conseguem adaptar?! :P

bjs :P