domingo, setembro 23, 2007

Rua da Ilha - Burn the witch

Entretanto dei por mim a entrar permanentemente em conflito com a velha: era ela que invadia os quartos, era a persiana aberta quando devia estar fechada, eram as infiltrações que gotejavam pelo candeeiro, que escorriam pelas paredes em intricados labirintos e nos deixavam em pânico sempre que se acendia a luz; era a canalização de tão velha que deixou de funcionar (oh menína, não pônha os cabêlos na saníta porque eles opois não passam i ísto fica tudo entupído?!), o esquentador que se avariou, as chaves de casa que se perderam ("Teinho o dêmo cá em casa! Deisde que veio pracá que tudo deixou de funcinar! Vócê é o demónío!..." ao que eu respondi olhando-a de cima abaixo "demónio é você, tem isto tudo a cair de podre! Olhe, é castigo divino!").
Volvidos 10 tenebrosos meses, saí para nunca mais entrar. Volta e meia vejo-a na baixa, igualzinha, com os mesmos olhos pequenos e negros ardentes de inveja, malvadez e doença, e com um calafrio penso... como é possível alguém ser tão ruim?
E vem-me também ao pensamento, e eu juro que afasto logo a ideia mal me assoma a consciência: será que ainda tem o mesmo carro? A rua ainda é de paralelos... e daquela vez que lhe partiram o vidro da janela!...

4 comentários:

Anónimo disse...

Nã... ela não é ruim... é velha... pronto deixa lá!

Anónimo disse...

É uma surrona é o que é

durkheim disse...

Quando chegares à idade dela falamos :P ainda vais ser pior... toda vestida de preto e com as unhas vermelhas a assombrar os pobres dos estudantes!
AHAHAHAHHA

M disse...

Bem... infelizmente não era só velha... era também testemunha de Jeová, e chata como nunca vi... Não, não li as revistas sobre o casamento que me deu... a minha simpatia (mesmo que superficial) tem limites.