segunda-feira, janeiro 15, 2007

Ainda a questão do aborto

Isto ia ser um comentário que se tornou longo demais e virou uma posta.
Eu devo votar sim, não é que seja a favor do aborto mas sou a favor de várias coisas que referiste aqui e que devem ser mudadas.
A minha avó paterna não fez 9 abortos, teve 9 filhos e foi feliz. Admiro-a por isso apesar de nunca a ter conhecido. A ultima filha que teve podia-lhe ter custado a vida mas ainda assim preferiu traze-la a este mundo e hoje, esse rebento que nasceu de 7 meses é mãe de 3 filhas.
Infelizmente eu não posso parir e isso muda muita coisa...
Acho hipócrita muitos dos defensores do Sim serem contra as touradas de morte. Dois pesos, duas medidas?
Eu uso preservativo, não gosto mas é melhor assim, quando não uso é porque posso abdicar dele sem risco de deixar a sementinha fazer das suas, azares acontecem mas a prevenção é o melhor sim que podemos obter.
Só espero que os abortos (que já existem) feitos por capricho diminuam, que as pessoas sejam mais conscientes e saibam que abortar é algo que deve ser muito bem ponderado, que pode ser uma experiência traumatizante e que de forma alguma o aborto deve ser usado como contraceptivo. Mesmo quando é o organismo a rejeitar o feto provocando o aborto espontâneo, quantas mulheres não entraram em depressão?
Eu estou feliz por estar aqui, é uma experiência efémera e às vezes parece que a vida neste mundo tem mais coisas negativas que positivas, mas estou contente por não me terem mandado pela sanita abaixo.
Como diz o Kusturica, a vida é um milagre, tenham cuidado porque podemos dá-la e tira-la antes desta acontecer realmente…
A cruzinha vai para o Sim, espero no entanto nunca ter que passar por uma experiência destas porque sou daqueles gajos que quer ter filhos e é capaz de abdicar de tudo para os criar. Depois quando estes forem maiores e entrarem na idade da parvalheira sei que não vão ligar aos sacrificios e até me podem tratar mal, não me vou importar (muito), que se lixe, a minha consciência está tranquila…
Gostava era dum referendo para se legalizar a Maria Joana, era simpático e levantava menos problemas morais.

1 comentário:

Anónimo disse...

aborto intelectual é o que as campanhas do sim e do não andam a fazer. Verborreia mental chamo ao lixo palavrático que se gera à volta do assunto e que não adianta nada.
Só me resta brincar e rir, sempre retiro alguma utilidade do tema.

concordo com o da maria joana