Photograph of a performance by Yves Klein at Rue Gentil-Bernard, Fontenay-aux-Roses;
October 1960, by Harry Shunk. Le Saut dans le Vide (Leap into the Void)
October 1960, by Harry Shunk. Le Saut dans le Vide (Leap into the Void)
Se acreditar que vou voar é certo que me estatelo no chão.
Se acreditar que me estatelo no chão... Pode ser que evite atirar-me.
Assim não me estatelo no chão. Do chão não passo...
Se oportunamente um coveiro, aproveitando o lanço, abrisse um buraco no local da queda, momentos antes de eu me atirar, aí passaria do chão mas também esbarrava noutro chão mais abaixo, o chão do buraco.
Nesse caso, se morresse da queda poupava trabalhos fúnebres.
Mas se o fundo do buraco for de terra molinha, nesse caso é um desperdicio de buraco, amparava-me a queda.
Um buraco é igual a meio buraco.
Se não acreditar que me estatelo no chão é porque sou parvo.
Se acredito que posso voar é porque sou parvo ou porque uso collants verdes e me chamo Peter Pan.
Com esse nome deveria ter uma amiga chamada Sininho.
Se tocasse flauta de pan, gostasse de pózinhos de pirilipimpim e tivesse uma amiga chamada Sininho, ou era rabeta ou andava metido nas drogas.
Rabeta não sou.
Mas as mulheres são estúpidas, se não fossem os seus seios não lhes passava cartão.
As mulheres até têm duas ou três coisas boas. Três, vá lá, algumas têm quatro.
Eu já usei collants, como as mulheres, elas nisso até são espertas.
O uso de collants é justificado nos homens se forem no formato de ceroulas com barguilha, se forem tipo super-homem é porque és rabeta. E tem de estar frio.
Um dia passeava pela rua e as minhas ceroulas tinham um buraquinho. Por um momento pensei que tinha um furo na coxa. Andar na rua com uma temperatura de -15º não é uma boa sugestão. E eu tinha calças por cima das ceroulas.
Mais vale atirar-me. Se me atirar é certo que vou cair, se for do alto, magoo-me por certo.
Eu sei que tenho razão, sei sim, e sei, sei porque estou a odiar...
E como eu odeio ter razão!
Ps: Não teria razão se estivesse na lua mas aí morria asfixiado, ou então gelado, se estivesse no lado negro.
6 comentários:
Eu não era bem atirar-me, era mais encaixar-me num buraquinho no chão e ficar lá até ser primavera novamente... mas olha! Desejo concedido! Bem que posso dizer que já não vejo a luz do dia, porque os meus próximos meses vão ser só letras, letrinhas miudinhas times new roman, tamanho 10...
E atirava-me, mas não sou parva, sei que o chão é duro e que me ia magoar, mas também ainda não tenho mesmo razões para me atirar, mas isto nunca se sabe, basta o factor A + B + C acontecerem para tudo deixar de valer a pena... e o que se faz quando deixa de valer a pena? Enfia-se a cabeça num buraco, para ver se passa. Mas não passa, não passa, nunca passa... vai ficando... às vezes esmorece, outras vezes bate tão forte como da primeira vez... Há que criar carapaças e deixar de sentir, mas assim também se deixa de viver. Vale a pena? Claro que vale, vai valendo...
E que tal andar, em vez de voar ou estatelar-te no chão... pé ante pé, como quem não quer a coisa?
:o)))***
Senta-te mas é no sofé, acende a lareira e faz um cházinho. vais ver como isso passa...
Jokas
Eu era mais voar... Meter-me num avião e voar para bem longe! E assim de repente, que tem se caires? Desde que vejas onde vais cair, te certifiques que não passas abaixo do chão... e se passares, pedes a alguém ajuda para te levantares!? Para que queres os amigos?
Bons voos... ou quedas? Bjo.
se for de ceroulas, acho que era de homem atirares-te.
Oooohh vocês sabem lá.......
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