sábado, maio 24, 2008

Slave labor

Hoje em dia todos somos escravizados: desde estágios mal pagos de onde saimos tarde e a más horas, a estágios não remunerados, a primeiro emprego no valor do ordenado mínimo nacional, exercendo competências de grande responsabilidade e praticamente sem horário de trabalho.
Até aqueles que trabalharam uma vida inteira e agora na velhice, com constantes e mal pensadas alterações aos seus estatutos e obrigações laborais, sentem que lhes querem minar ainda mais a saúde, para ao belo estilo cavaquista morrerem para assim não inviabilizarem o sistema nacional de pensões.
A vida está difícil. O mundo que os nossos pais conheceram já não existe (e quantos pais autistas se recusam a ver aquilo que para nós é óbvio) e hoje em dia ninguém com o mínimo de independência e dois dedos de testa (e digo independência para contrapor ao proteccionismo do factor C) se dá ao luxo de recusar uma proposta de trabalho, por muito más que as condições sejam.
Pensamos sempre que depois de prestadas provas da nossa competência conseguiremos um lugar ao sol, e se não for ali, já foi importante em termos curriculares!
Não podiamos estar mais enganados...
Somos escravizados, e quando deixamos de interessar à entidade empregadora, porque não lhes interessa criar vínculos, levamos um chuto no rabo.
É sempre bonito de se ver como a minha geração por muito trabalhadora e competente que seja vai fugir para o estrangeiro e assim gastar o dinheiro dos contribuintes gasto em anos de formação académica e profissional no estrangeiro! Perdemos namorados, amigos, família... mas a alternativa é perder a sanidade mental num país que pura e simplesmente não existe, afundado no seu mar de contradições, sem ponta que se lhe pegue.
A vida está realmente para os idiotas... e para desenhadores de Explosm! :)

7 comentários:

marta disse...

Pois é Med... Há uns tempos eu vivia no ingénuo idealismo de querer fazer alguma coisa útil no meu país e pelo meu país. Hoje, depois de tudo o que este país não faz por nós, só conseguimos pensar em atravessar fronteiras, mesmo com a dor de tudo o que seremos forçados a deixar para trás. Mas não será o "sonho estrangeiro" um engodo muito maior??

Beijinhos

Broken Horn(y) disse...

Engodo?? minha cara, qualquer que seja o engodo, partimos do principio que nos vamos pirar daqui pra fora e assentar arraial num sitio qualquer com melhores condicoes...se o fizermos bem, temos sempre o nosso reles país aqui para voltar novamente!
Realmente custa dizer isto mas eu serei provavelmente mais um que irá partir em busca de um futuro mais promissor na minha area.

(E pensar que portugal JA FOI o maior e mais rico país do mundo)

Mokas disse...

Garras, repara: "A vida está realmente para os idiotas.. e para desenhadores de Explosm!" isto é uma dica para nós hein! :D
Marta, em parte concordo que o estrangeiro seja um engondo maior... há 'n' casos que não tiveram muito sucesso no estrangeiro. Mas há áreas que como o garras diz, estão absolutamente condenadas aqui... são nados mortos.
but this is just the tip of the iceberg...

Maga disse...

medusasss dear, nem sei que te diga. welcome to the real world
só espero que não estejas a falar por experiência e que sejas bafejada pela sorte de trabalhar com quem te aprecie e valorize.
força!

sethyoder disse...

mete mal pagos nisso...:S

Ruca! disse...

grrrrrrrr!
nervos!
irritação!
flatulência!

o capitalismo roubou a virgindade ao outra e a mim rouba-me o sonho de uma vida fixe, a cada dia que passa.

ter um trabalho e vencimento de acordo com as habilitaçoes começa a ser um luxo para poucos.

fuck!

*

Pearl disse...

realmente esté muito, mas muito compliacda a vida... devemos ser conformistas e ter o que comer ou revoltarmo-nos contra o aparelho e morrer de fome?

;o)))***

Hummmmm... procurar um meio termo?