Isto de ter "two places you call home", é o mesmo que não ter merda nenhuma. Eleges um temporariamente home, para onde, se tiveres espaço, levas livros e livrinhos, cds, dvds, o rádio leitor de cds, televisão, leitor de dvds... tudo para dar um aconchego a um local que não é teu, que nunca será teu, e que tu não desejas que seja.
A outra home fica despojada da tua essência, sempre arrumada, as almofadas no lugar, e começa lenta, mas inexoravelmente, a ser invadida por ursos de pelucia, que não são, nem nunca foram teus; por cacos oferecidos por gente desprovida de sentido estético, e que estavam escondidos no quarto do meio (não o virtuoso, mas aquele quarto tipo guarda-fatos Lewisano, em que se mete tudo o que não se quer ver, nem ter).
Assim, regresso a casa, ao meu quarto despojado de identidade, onde uma estranha limpa o pó de vez em quando, e ao olhar com saudades para a estante onde tenho os livros que fizeram e fazem de mim o que sou, dou de caras com uma estátua ao contrário. A criatura não soube vislumbrar qual era a parte da frente, muito ao meu estilo: nunca sei qual o lado direito de um napron redilhado.
Mistérios da vida, mas hoje ao ler o Sol, senti-me em casa, quando antes lia o Expresso.
segunda-feira, outubro 16, 2006
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2 comentários:
Com a fortuna que a nossa Dra.Medusassss ganha na defesa dos seus arguidos,ja comprava 1 casinha... Jejejeje...
Ah Isabel, proponho um contrato-promessa. Você promete que me vende a sua casa em Coimbra pela fortuna que eu ganho a defender os "meus" arguidos! lol
Temos negócio?
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