quinta-feira, maio 29, 2008

Oh my Dog!

Nestes tempos de telecomunicações, em que praticamente toda a gente tem um telemóvel e poucos são aqueles que têm apenas um, em que até os meus pais falam pelo MSN e quase todos têm acesso à internet, o engate deixou de ser uma arte que se pratica num local público, à vista de toda a gente, para passar para detrás destes ecrãs impessoais, e que fracamente me secam os olhos e dão-me cabo da coluna (má postura, má postura!).

Até aqui nada de novo... (ó Medusasss, se vieste aqui para nos presenteares com observações óbvias e desinteressantes, mais valia nem sequer teres começado a escrever!)

Un petit pêut de pacience, s'il vous plait!
Eu que nem sou uma moça de grandes pedagogias abro um pouco o jogo para ti, rapazola atiradote que não tens sucesso com o sexo oposto e não sabes bem porquê.
Jovem, jovem... piadolas nos cafés quando estás semi-ébrio não é demonstrativo de absolutamente nada a não ser completa falta de savoir faire: só cai nessa a tipa que estiver muito desesperada, ou então até és giro e vale a pena baixar o nível só para ver no que dá!
A verdade é esta: a maior parte das gajas "sérias" não vai em engates de discoteca, nem gosta de aturar bêbados.

Mas não resiste a fazer uma festinha naquele cãozinho tão giro que está na esplanada do café, com o respectivo dono a ler o jornal, ou a beber uma cerveja...
E que dizer dos encontros fortuitos nos parques verdes, em que os cãezinhos se cheiram e os donos trocam impressões sobre o preço das rações (é a crise dos cereais, é o petróleo, os bio-combustiveis), sobre os brinquedos favoritos (este destroi um osso num dia, é um demolidor)... enfim... estejam atentos aos adjectivos que os donos utilizam nos animais, geralmente são indicativos de algo mais profundo: não é por nada que se costuma dizer que os animais são o espelho do dono!

(Ora pois, ó Med, mas que tem isso a ver com as novas tecnologias, o choque tecnológico, a descaracterização das relações?)

Caríssimos leitores, hoje em dia os donos dos bichinhos não se relacionam apenas nos parques para onde levam os canitos a esticar as pernas. Com efeito, inscrevem as preciosidades no Petsite da Arca de Noé, uma espécie de hi5 para bichinhos de estimação, onde as piquenas criaturas coleccionam amiguinhos como cromos da bola, e onde trocam entre si mimos e prémios, de uma maneira completamente aleatória.
Vamos lá a ver do que se trata.

Passo 1 - Cria o teu perfil!
O dono amoroso tem à sua disposição 3 tipos de perfil: o normal (só tenho ainda 3 meses mas já sei fazer pipi e pupu na varanda....às vezes falho qd ando mais distraida!!!!), o memorial (chegou no dia ... e deixou-nos no dia... amamos-te muito! temos muitas saudades tuas!" e "não gosto de cães, porque foi um cão me que matou. Adoramos-te chichinho, saudades enormes" - SIM, MUITO MACABRO! OS GÓTICOS TAMBÉM TÊM PETSITE!) e a versão adoptar (sou muito linda, ternurenta, fofinha, nasci no dia... e procuro um novo dono porque infelizmente fui abandonada).

Passo 2 - Adiciona amiguinhos ao teu perfil compulsivamente!
O mais estranho nestes sítios é o tempo que os donos passam a adicionar novos amiguinhos para o seu Xuxu, Kaiser ou Fufituh (já vos falei da Dalmata que ficou em 3º lugar numa exposição de beleza canina que se chamava Gaija Boa? Obviamente o dono era um mancebo de vinte e poucos anos. Imagino o sucesso do moço no jardim a gritar "Aqui Gaija Boa! Linda menina! Quem é a Gaija Boa mais boa, mas mesmo mais boa das redondezas? Ésss tuuuu" - psicologia invertida: a maior parte das gajas cai, mesmo as gajas boas, sabiam? As mulheres gostam de luta e sobretudo de sofrer por amor... tolas!).

Passo 3 - Manda miminhos e prémios aos teus amiguinhos virtuais arbitrariamente!
Não contentes com passar horas a adicionar animalzinhos que só vêem nas fotografias, ainda mandam glitter comments, mimos e mensagens pessoais aos donos das preciosidades!

Enfim... todo um novo mundo para descobrir, qual second life, em que os animalzinhos existem mesmo, são mesmo giros e poucas fotos têm photoshop!

quarta-feira, maio 28, 2008

Philip Roth


"Nós combatemos a nossa superficialidade com a nossa mesquinhez, para tentarmos chegar aos outros sem esperanças utópicas, sem uma carga de preconceitos ou espectativas ou de arrogância, o mais desarmados possível, sem canhões, sem metralhadoras, sem armaduras de aço de dez centímetros de espessura; aproximamo-nos deles de peito aberto, na ponta dos dez dedos dos pés, em vez de estraçalhar tudo com as nossas pás de caterpillar, aceitamo-los de mente aberta, como iguais, de homem para homem, como se costuma dizer, e, contudo, nunca os percebemos, percebemos tudo ao contrário. Mais vale ter um cérebro de tanque de guerra. Percebemos tudo ao contrário, antes mesmo de estarmos com eles, no momento em que antecipamos o nosso encontro com eles; percebemos tudo ao contrário quando estamos com eles e, depois, vamos para casa e contamos a outros o nosso encontro e continuamos a perceber tudo ao contrário. Como, com eles, acontece a mesma coisa em relação a nós, na realidade tudo é uma ilusão sem qualquer percepção, uma espantosa farsa de incompreensão. E, contudo, que fazer com esta coisa terrivelmente significativa que são os outros, que é esvaziada do significado que pensamos ter e que, afinal, adquire um significado lúdico: estaremos todos tão mal preparados para conseguirmos ver as acções íntimas e os objectivos secretos de cada um de nós? Será que devemos todos fecharmo-nos e mantermo-nos enclausurados como fazem os escritores solitários, numa cela à prova de som, evocando as pessoas através de palavras e, depois, afirmar que essas evocações estão mais próximas da realidade do que as pessoas reais que destroçamos com a nossa ignorância, dia após dia? Mantém-se o facto de que o compreender as pessoas não tem nada a ver com vida. O não as compreender é que é a vida, não compreender as pessoas, não as compreender, não as compreender, e depois, depois de muito repensar, voltar a não compreender. É assim que sabemos que estamos vivos: não compreendemos. Talvez o melhor fosse não ligar ao facto de nos enganarmos ou não sobre as pessoas e deixar andar. Se conseguirem fazer isso - estão com sorte"
in Pastoral Americana, Philip Roth

É por estas razões que jamais escreverei nada na vida a não ser em blogs de ocasião: há sempre alguém que consegue passar para o papel de uma qualquer forma magistralmente clarividente tudo aquilo que nos roi as entranhas.

Para quem não foi à queima

Aqui têm um vislumbre do que podia ter sido: um par de belas pernas a mictar para uma caixa de alta tensão...
Moribundo, any regrets?
A minha aposta é que eles não só preenchem a percentagem de 98% de gajos que quando bebem e mictam, falam com o parceiro do lado, como até sou capaz de apostar que teriam dito mais ou menos o que disseram ao Durkheim no NL: "Isto um gajo bebe e depois só mija!".

segunda-feira, maio 26, 2008

Coco Rosie -TAGV

Quem vai, quem vai???
Euzinha!!!



Coco Rosie - Noah's Ark

sábado, maio 24, 2008

Slave labor

Hoje em dia todos somos escravizados: desde estágios mal pagos de onde saimos tarde e a más horas, a estágios não remunerados, a primeiro emprego no valor do ordenado mínimo nacional, exercendo competências de grande responsabilidade e praticamente sem horário de trabalho.
Até aqueles que trabalharam uma vida inteira e agora na velhice, com constantes e mal pensadas alterações aos seus estatutos e obrigações laborais, sentem que lhes querem minar ainda mais a saúde, para ao belo estilo cavaquista morrerem para assim não inviabilizarem o sistema nacional de pensões.
A vida está difícil. O mundo que os nossos pais conheceram já não existe (e quantos pais autistas se recusam a ver aquilo que para nós é óbvio) e hoje em dia ninguém com o mínimo de independência e dois dedos de testa (e digo independência para contrapor ao proteccionismo do factor C) se dá ao luxo de recusar uma proposta de trabalho, por muito más que as condições sejam.
Pensamos sempre que depois de prestadas provas da nossa competência conseguiremos um lugar ao sol, e se não for ali, já foi importante em termos curriculares!
Não podiamos estar mais enganados...
Somos escravizados, e quando deixamos de interessar à entidade empregadora, porque não lhes interessa criar vínculos, levamos um chuto no rabo.
É sempre bonito de se ver como a minha geração por muito trabalhadora e competente que seja vai fugir para o estrangeiro e assim gastar o dinheiro dos contribuintes gasto em anos de formação académica e profissional no estrangeiro! Perdemos namorados, amigos, família... mas a alternativa é perder a sanidade mental num país que pura e simplesmente não existe, afundado no seu mar de contradições, sem ponta que se lhe pegue.
A vida está realmente para os idiotas... e para desenhadores de Explosm! :)

sexta-feira, maio 23, 2008

Are you feeling sinister?

Sonic Youth - Bull in the heather

Vamos continuar com as nossas vidinhas, um dia após o outro, como se nada fosse. Daqui a uns anos teremos mais rugas e mais cabelos brancos de calar a dor, de calar a revolta. Sinto no ar uma vontade de mudança: qualquer dia rebenta. O problema é que são sempre os mesmos a levar com os estilhaços.

quarta-feira, maio 21, 2008

The Cure - Novo Album! (em breve na sua discoteca)




The Cure - The only one

terça-feira, maio 20, 2008

Porque eu mereço e vocês também

...a balada da minha vida







Henry Lee


Get down, get down, little Henry Lee

And stay all night with me

You won't find a girl in this damn world

That will compare with me

And the wind did howl and the wind did blow

La la la la la

La la la la lee

A little bird lit down on Henry Lee

I can't get down and I won't get down


And stay all night with thee

For the girl I have in that merry green land

I love far better than thee

And the wind did howl and the wind did blow

La la la la la

La la la la lee

A little bird lit down on Henry Lee

She leaned herself against a fence

Just for a kiss or two

And with a little pen-knife held in her hand

She plugged him through and through

And the wind did roar and the wind did moan

La la la la la

La la la la lee


A little bird lit down on Henry Lee

Come take him by his lilly-white hands

Come take him by his feet

And throw him in this deep deep well

Which is more than one hundred feet

And the wind did howl and the wind did blow

La la la la laLa la la la lee

A little bird lit down on Henry Lee

Lie there, lie there, little Henry Lee

Till the flesh drops from your bones

For the girl you have in that merry green land

Can wait forever for you to come home

And the wind did howl and the wind did moan

La la la la la

La la la la lee

A little bird lit down on Henry Lee

Como nos Óscares

É regra de ouro neste blog deixar as questões pessoais no momento em que se veste o nick: jóve, estás lixado da vida? Tudo te corre mal? O tempo não passa ou não tens como respirar? Chateia os amigos no MSN que é para isso que eles existem!

Mas não há regra sem excepção.

E por isso, e por muitas outras razões, já que tenho as costas largas e um grande coração, quero agradecer aos meus pais que me apoiaram e me permitiram ter uma rica vidinha enquanto estagiava, sem me terem obrigado a arranjar um part-time para ganhar os meus primeiros tostões, tendo com isso enriquecido imenso o meu estágio.

Quero agradecer especialmente à minha patrona, a Dr. B, que mais que uma patrona foi uma amiga. Trabalhar consigo foi uma experiência maravilhosa. Não fosse a magistratura a minha paixão e consideraria exercer a advocacia nos mesmos moldes em que a Dra o faz!

Um beijinho especial de agradecimento às minhas colegas de escritório que são muito mais que colegas, e estão incluídas nas festarolas futuras onde só entram amigos: a Lena, a MZinha, a Carla, a Rute, a Vera C, a Vera R, a Sónia, a Sandra, a Zinha, a Sara, a Marta.

Um beijinho muito grande à Maria João e ao Sr. João, que carinhosamente nunca nos pediram para tirar fotocópias nem entregar documentos nos correios ou nos tribunais!

Um abraço daqueles aos meus amigos de Coimbra, que me aturaram a angústia do tempo que não passava: a Titi, a Mile, a Dani, a Ana M, a Gui, a Bárbara, a Wimoe, o Sethyoder e o Durkheim.

A ti Moribundo que já deves estar farto de ler e prestes a desistir: obrigado pela tua amizade!

Um beijo muito especial para a minha mana, que está longe, no estrangeiro, e que agarrava nos pedaços da medusasss, depois da explosão nihilista do "I don't care, I don't give a shit!", e me abalava sempre com os argumentos que realmente me tocavam, como apenas as melhores amigas que se conhecem desde sempre o sabem fazer.

E um beijinho de agradecimento a todos os bloggers mais próximos que me desejaram boa sorte e têm a ideia erradíssima que isto que sou vale alguma coisa! Beijinhos e abraços para a Leila, Hydrargirum, Tulaunia, Mik@, Maria e Mokas. Um beijinho para todos os outros que não sabiam de nada, mas que se soubessem teriam de certeza uma palavra simpática (eu já vos conheço, seus corações moles!)

Ah, e claro, umas festinhas muito grandes na Peri Periculosa, Bhallu Palonço, Lolita Lola, Bagheera Preta e na Musa Zaza, que apesar das arranhadelas, cenas de ciúmes e de me deixarem a roupa cheia de pelos são as minhas criaturas maravilhosas.

Fechou-se uma etapa, abriu-se um novo mundo para mim: vou entrar por aquela porta.


segunda-feira, maio 19, 2008

O meu pai

Bem sei que é falta de respeito, mas foi a maneira como fui educada: afinal a culpa é toda deles. Quem os mandou educarem-me como um ser pensante com sentido de humor?

O meu pai é um relicário de piadas engraçadas, de sentido de humor improvável e demasiado frequentemente completamente desadequado: desde rir-se como um rapazinho em questões sem piada nenhuma, até descrever a cor do meu cabelo como "cor de burro quando foge", palrar os meus "grandes" feitos académicos enquanto saltita ora num pé ora no outro, descrever as confusões que desde sempre lhe passaram pelas salas de aulas, até sorrir envergonhado quando contamos a piada verídica do maitre de cuizinne à engenheiro, com direito a fumarada e "mas a receita dizia 15 minutos em forno a 200º!!!".

A última do meu pai, e é essa a razão para vos escrever este texto, diz respeito à nossa cadelinha castro laboreiro de 4 meses, a Musa.

"A situação concreta é a seguinte", a Musa é mais rápida a correr porque tem 4 patas!

domingo, maio 18, 2008

It takes genius

A todos uma óptima semana!

What do you do with the pieces of a broken heart

M. Ward - Chinese translation

sexta-feira, maio 16, 2008

Kingdom of Doom

The Good, The Bad and The Queen - Kingdom of Doom

quinta-feira, maio 15, 2008

Tempus fugit


É só mais uma semana...

segunda-feira, maio 12, 2008

Rui




... e desculpa lá o benfiquinha possível ...




quinta-feira, maio 08, 2008

Homo tripeiro

Uma empresa de sabonetes realizou um questionário acerca dos hábitos de higiene do homem portuense.
Os resultados foram surpreendentes e pouco tinham a ver com o que a empresa procurava como resposta. A empresa descobriu que a maior parte da população masculina, da cidade invicta, é homossexual e passo a explicar essa conclusão.
A pergunta era mais ou menos a seguinte - Quando toma duche, enfia o sabonete no ânus? - à qual 77% dos inquiridos responderam - O caralho é que enfio!!!

Dead Can Dance


Publiquei há já algum tempo neste blog o vídeo de Yulunga, dos Dead Can Dance, queixando-me que o clip de que mais gostava não tinha o embed disponível.
Pois bem, aqui o tendes para regalo dos vossos olhos, e para grilhão das vossas consciências:
within the realm of a dying sun,
do álbum Persephone.

quarta-feira, maio 07, 2008

A minha Pátria é a Língua Portuguesa



MANIFESTO
EM DEFESA DA LÍNGUA PORTUGUESA
CONTRA O ACORDO ORTOGRÁFICO




(Ao abrigo do disposto nos Artigos n.os 52.º da Constituição da República Portuguesa, 247.º a 249.º do Regimento da Assembleia da República, 1.º n.º. 1, 2.º n.º 1, 4.º, 5.º, 6.º e seguintes da Lei que regula o exercício do Direito de Petição)


Ex.mo Senhor Presidente da República Portuguesa
Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia da República Portuguesa
Ex.mo Senhor Primeiro-Ministro


1 – O uso oral e escrito da língua portuguesa degradou-se a um ponto de aviltamento inaceitável, porque fere irremediavelmente a nossa identidade multissecular e o riquíssimo legado civilizacional e histórico que recebemos e nos cumpre transmitir aos vindouros. Por culpa dos que a falam e escrevem, em particular os meios de comunicação social; mas ao Estado incumbem as maiores responsabilidades porque desagregou o sistema educacional, hoje sem qualidade, nomeadamente impondo programas da disciplina de Português nos graus básico e secundário sem valor científico nem pedagógico e desprezando o valor da História.
Se queremos um Portugal condigno no difícil mundo de hoje, impõe-se que para o seu desenvolvimento sob todos os aspectos se ponha termo a esta situação com a maior urgência e lucidez.

2 – A agravar esta situação, sob o falso pretexto pedagógico de que a simplificação e uniformização linguística favoreceriam o combate ao analfabetismo (o que é historicamente errado) e estreitariam os laços culturais (nada o demonstra), lançou-se o chamado Acordo Ortográfico, pretendendo impor uma reforma da maneira de escrever mal concebida, desconchavada, sem critério de rigor, e nas suas prescrições atentatória da essência da língua e do nosso modelo de cultura. Reforma não só desnecessária mas perniciosa e de custos financeiros não calculados. Quando o que se impunha era recompor essa herança e enriquecê-la, atendendo ao princípio da diversidade, um dos vectores da União Europeia.
Lamenta-se que as entidades que assim se arrogam autoridade para manipular a língua (sem que para tal gozem de legitimidade ou tenham competência) não tenham ponderado cuidadosamente os pareceres científicos e técnicos, como, por exemplo, o do Prof. Doutor Óscar Lopes, e avancem atabalhoadamente sem consultar escritores, cientistas, historiadores e organizações de criação cultural e investigação científica. Não há uma instituição única que possa substituir-se a toda esta comunidade, e só ampla discussão pública poderia justificar a aprovação de orientações a sugerir aos povos de língua portuguesa.

3 – O Ministério da Educação, porque organiza os diferentes graus de ensino, adopta programas das matérias, forma os professores, não pode limitar-se a aceitar injunções sem legitimidade, baseadas em "acordos" mais do que contestáveis. Tem de assumir uma posição clara de respeito pelas correntes de pensamento que representam a continuidade de um património de tanto valor e para ele contribuam com o progresso da língua dentro dos padrões da lógica, da instrumentalidade e do bom gosto. Sem delongas deve repor o estudo da literatura portuguesa na sua dignidade formativa.
O Ministério da Cultura pode facilitar os encontros de escritores, linguistas, historiadores e outros criadores de cultura, e o trabalho de reflexão crítica e construtiva no sentido da maior eficácia instrumental e do aperfeiçoamento formal.

4 – O texto do chamado Acordo sofre de inúmeras imprecisões, erros e ambiguidades – não tem condições para servir de base a qualquer proposta normativa.
É inaceitável a supressão da acentuação, bem como das impropriamente chamadas consoantes "mudas" – muitas das quais se lêem ou têm valor etimológico indispensável à boa compreensão das palavras.
Não faz sentido o carácter facultativo que no texto do Acordo se prevê em numerosos casos, gerando-se a confusão.Convém que se estudem regras claras para a integração das palavras de outras línguas dos PALOP, de Timor e de outras zonas do mundo onde se fala o Português, na grafia da língua portuguesa.
A transcrição de palavras de outras línguas e a sua eventual adaptação ao português devem fazer-se segundo as normas científicas internacionais (caso do árabe, por exemplo).
Recusamos deixar-nos enredar em jogos de interesses, que nada leva a crer de proveito para a língua portuguesa. Para o desenvolvimento civilizacional por que os nossos povos anseiam é imperativa a formação de ampla base cultural (e não apenas a erradicação do analfabetismo), solidamente assente na herança que nos coube e construída segundo as linhas mestras do pensamento científico e dos valores da cidadania.


Os signatários,
Ana Isabel Buescu
António Emiliano
António Lobo Xavier
Eduardo Lourenço
Helena Buescu
Jorge Morais Barbosa
José Pacheco Pereira
José da Silva Peneda
Laura Bulger
Luís Fagundes Duarte
Maria Alzira Seixo
Mário Cláudio
Miguel Veiga
Paulo Teixeira Pinto
Raul Miguel Rosado Fernandes
Vasco Graça Moura
Vítor Manuel Aguiar e Silva
Vitorino Barbosa de Magalhães Godinho
Zita Seabra
...


Espero e acredito sinceramente que esta não será apenas mais uma iniciativa contra o Acordo Ortográfico, mas sim a iniciativa que irá conseguir reunir apoios suficientes para dar uma prova definitiva de como existe um sentimento generalizado contra esta mudança que nos querem impor. Mais do que uma simples contestação, é a defesa da nossa identidade que nos move, e quando assim é, haverá causa mais nobre?

Poderão juntar a vossa voz a esta causa em Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa contra o Acordo Ortográfico, pois todos não seremos demais.

Vampire weekend, I dont care, I just want the weekend!

Vampire weekend - A - Punk

(Que clip mais tolinho...)

terça-feira, maio 06, 2008

...

Pois que o pessoal tem andado muito ocupado (o Moribundo anda tão ocupado que nem teve disponibilidade para vir beber e comer à pala no cortejo da queima!), mas tal não significa que não se tenha sempre um tempinho para os amigos...
E eu dei a voz a uma French Poodle... quem se quiser rir com a medusasss a tentar dar uma de french qualquer coisa, clique aqui, que o Mokas fez o favor (e a vergonha) de colocar o trabalho no youtube!
Esperem pelo final para ver os créditos... eu ainda coro de verrrrrrrrrgonha! :)

sábado, maio 03, 2008

Pah, e a cerveja?

Ah pois é, e os primeiros a revoltarem-se vão ser os estudantes de Coimbra... Sem cereais, não há malte, logo não há cerveja... logo não há cafezadas com tremoçadas, amendoins, empalhadas... não há festa! :(

E isto assim não pode ser!

you and me, dance! (not war)

Los Campesinos - You! Me! Dancing!


Los Campesinos - Death to Los Campesinos

Este blog anda a fica muito indie... but WTF, I don't care! Moribundo, bota aí umas cenas mais pesadas... não me apetece pesquisar!

E estava para postar só isto, mas achei por bem voltar a abrir a caixinha criativa e exprimir toda a minha raiva!!!

Então temos a p*** de uma crise energética e estes meninos da indie quando se revoltam só falam da guerra? Temos fome em países por todo o mundo, com o preço dos cereais a atingir picos históricos (foram muito inteligentes: energias renováveis não poluentes... vamos fazer gás natural através do processamento de cereais! 'Bora lá, os cilos estão cheios, nós não estamos em aquecimento global nem nada... a produção manter-se-a sempre estável), com a pobreza a atingir níveis nunca vistos...

Sabem quando se começam guerras a sério? Em que circunstâncias se começam revoluções? Quando o povo não tem dinheiro nem para comprar pão, soja, lentilhas, tortilhas... o que for considerado bem de primeira necessidade por esse mundo fora. Quando os pais começarem a ver os filhos a definhar com fome, podem ter a certeza que teremos uma nova ordem mundial.

Por uma questão de inteligência os senhores deste mundo deviam repensar um bocadinho nas suas prioridades...

sexta-feira, maio 02, 2008

Piadolas

Quem me conhece sabe como consigo ser chata e ter um espiríto crítico bastante inconveniente, especialmente quando vem à baila a estupidez humana, a absoluta falta de cultura e posicionamento crítico ante uma sociedade massificada e estupidificante, e como essas características infelizmente não são apanágio das classes baixas e pouco educadas, mas uma característica dominante na dita intelectual classe universitária.

Quem me conhece já sabe o discurso de cor, que os tipos entram na faculdade só para serem doutores e terem um canudo qualquer, não interessa o curso; que se especializam nas competências mínimas dos seus cursos, o suficiente para passar, e esquecem tudo o resto... que no fundo ganham em mania mas continuam as mesmas bestas de sempre.

E quem me conhece sabe que falo com conhecimento de causa, porque se há coisa a que nunca me furtei foi a conversar com as pessoas e deixá-las à vontade para dizerem de sua justiça: a medusasss não impõe opiniões a quem considere que não tem intelecto para as perceber.

Dito isto, coisa que me fica mal por falta de modéstia e humildade (temos pena), passo o copy paste de um email que recebi e acho hilariante, daqueles que, mais uma vez, só vêm dar razão às minhas eternas queixas:

Oral da cadeira de psicologia do curso de medicina:
- Onde se localiza o centro de inteligência...?(área do córtex cerebral)
- Nos Estados Unidos da América.

Curso de Segurança Social, numa universidade privada lisboeta:
- Diga-me lá porque é que a taxa de natalidade é menor nos países desenvolvidos.
- Porque se trabalha mais do que nos países subdesenvolvidos.
- Ai sim?
- E tem-se menos tempo.
- Menos tempo para quê?
- (o aluno, hesitante e já embaraçado) Menos tempo para fazer amor.

Oral na Faculdade de Medicina de Coimbra:
- Minha senhora, diga-me, por favor, qual é o órgão do corpo humano que dilata até sete vezes o seu tamanho normal.
A aluna retorce-se, transpira, cora indecentemente. Decide mesmo recusar-se a responder à pergunta. Numa sucessão de respostas infelizes a outras questões, acaba por chumbar. Na oral imediatamente seguinte, o professor resolve insistir na pergunta.
- Minha senhora, qual é o órgão do corpo humano que dilata até sete vezes o seu tamanho normal?
- (a aluna, respondendo prontamente) É a íris, senhor professor.
- (O examinador, com um sorriso largo) Por favor, diga à sua colega que vai ter muitas desilusões ao longo da vida.

Exame numa universidade privada, em Lisboa:
- Dê-me um exemplo de um mito religioso.
- Um mito religioso? Sancho Pança.
(estupefacto, o professor pede ao aluno para este escrever o que acabou de dizer. O aluno escreve no papel: "S. Xupanssa"). (ai, tanta gente religiosa!)


Prova oral da cadeira de Direito Constitucional, numa Universidade privada de Lisboa:
- O que aconteceu no 25 de Abril foi o início do regime autoritário salazarista. Mas quem subiu ao poder foi o presidente do então PSD, Álvaro Cunhal, que viria a falecer em circunstâncias misteriosas no acidente de Camarate.

- Quais são as batalhas mais importantes da história portuguesa?
- Antes de mais, senhor doutor, a batalha de Alves Barrota.
O exame terminou aqui.

Num instituto superior da capital, 1º ano de Relações Internacionais:
A cadeira é Ciência Política. O professor é um distinto deputado à Assembleia da República. A aluna, com rara convicção, explica ao examinador tudo o que se passou no 25 de Abril de 1974: "A revolução de 74 significou a queda de um regime militar dominado pelo almirante Américo Tomás e pelo marechal Marcelo Caetano, que governava o país depois de deposto o último rei de Portugal, Oliveira Salazar. O 25 de Abril foi uma guerra entre dois marechais: o marechal Spínola e o marechal Caetano". Obviamente, chumbou.

Outra versão, ainda mais criativa, desta vez numa Universidade privada de Lisboa, no 3ºano de Relações Internacionais:
- Descreva-me brevemente o que foi o 25 de Abril de 1974.
- Foi um golpe levado a cabo pelos militares, liderados por Salazar, contra Marcelino Caetano.
- (o professor, já disposto a divertir-se) E como enquadra o processo de descolonização nesse contexto?
- Bem, a guerra em África acabou quando Sá Carneiro, que, entretanto subiu ao poder, assinou a paz com os líderes negros moderados. Foi por causa disso que ele e esses líderes morreram todos em Camarate.
- Já agora, pode dizer-me quem era o presidente da República Portuguesa antes de 1974?
- Samora Machel.
Conta quem assistiu à oral que o professor quase agrediu a aluna.


Meus caros... espírito crítico! Não interessa se os outros passam a vida a dizer que são do contra, que estão sempre contra tudo e contra todos! Há que pensar antes de opinar, há que procurar informação antes de condenar ou aceitar seja o que for.
Eu faço os possíveis, dentro das minhas limitações, para ter uma existência consciente e activa.

Eu tento fazer a minha parte. E vocês?

quinta-feira, maio 01, 2008

Take it all... lol

The Royal We - All the Rage

O título é enganador. Com efeito este clip macabro nada tem a ver com raiva, mas sim com humor, muuuito macabro, mas humor! (e se nós gostamos deste tipo de humor...)

Med 2 - Mokas 0!!!

Ah! E desejos de um óptimo feriado para todos!

Um piqueno reminder em Português:

Podes ficar com as jóias,

o carro

e a casa

Mas nãaaao fiques coooom ele

E até as contas do banco,

e a casa de campo,

Mas não fiiiiiiiiques com eeeeeeeeeeleeeeeee!