sábado, outubro 28, 2006

Un monde de goûts

"(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)"

Chocolate preto, chocolate belga, chocolate branco,
Chocolate quente, gelado de chocolate, crêpes de chocolat,
Chocolate na taça, no papel prata, na colher, no teu corpo,
Furiosamente chocolate, languidamente chocolate.
Orgasmicamente chocolate.

Au Revoir, cher!

sexta-feira, outubro 27, 2006

Intelectuais, Intelectualoides e Pseudo-intelectuais

Ou a arte de ler o jornal às escondidas

A arte e a cultura sempre tiveram uma relação de interdependência genética e funcional.
Muito me espanta, então, esta avalassadora falta de apetite pelos ditos artistas, ou candidatos a artistas, pelas coisas ditas culturais, ainda para mais quando a Arte só almeja ser Arte quando reflete aquilo que nos rodeia.

Como compreender o mundo sem as indispensáveis ferramentas proporcionadas pela cultura?

Hoje o individualismo acéfalo, erigido em crenças egoistas do homem novo, considera a arte como o acto desgarrado de qualquer realidade, como o resultado final de um neo-demiurgo especialista em caos, e em vender velharias como novidades.

Nada disto seria possível com uma população esclarecida.

Contraditório, mas verdade, hoje apelidar alguém de intelectual é ofensa qualificada, é apodar a criatura de avis rara, que troca o Viver por um refúgio numa gaiola dourada de conceitos, relações, dados objectivos e amorfos, todos eles assepticamente tratados através de raciocínios dedutivos e analógicos: coisas de gente chata e enfadonha, que quando falam parece chinês, e fazem citações em línguas mortas...

Mas se ser intelectual é mau, muito pior é ser-se apelidado de pseudo-intelectual!
Neste país de iluminados, intelectual verdadeiro é aquele que nasce em berço de oiro e pode assim "não viver" à vontade, porque aquele que até aprende umas coisas e é interessado, não é intelectual, é pseudo... e se já leu obras de referência, vai ao teatro e ao cinema, frequenta tertulias... fala de livros como as "gentes do povo" falam de telenovelas... então encontramo-nos perante o espécime híbrido de intelectualoide... Todas os três alvos a abater na sociedade do instantâneo.
Sim, porque quem sabe pensar, ou almeja compreender o mundo sem as ferramentas falaciosas da comunicação social, mas sem as descurar, isso é gente perigosa, imprevisivel!!!
Mas muito pior é ler o jornal em público! "Essa raça de intelectuais que lê o Expresso nos cafés, que discute o Público entre si..." Essa gente que acaba sempre uma disputa com: "É o Sistema".
Deixemo-nos de tergiversões...

quinta-feira, outubro 26, 2006

CHATOS II - O ATAQUE DOS CLONES

Meretríssimos colegas:

Outstanding disgrace, oh tu que almejas a perfeição: dois enjoados, um cínico e um chato...
Visita alapada de chato sénior, cujo grau de concentração de factor C (de chato e etc), era deveras elevado, lancinando estagiária do lado negro da força pelo seu constante e imerecido fascínio pelo afã da sua existência.
Refugiou-se, então, deseducamente, no leitor de mp3 e no café Hugo de Ortega, quando outro café, outras esplanadas e outros companheiros de infortúnio seriam mais bem vindos.

Relatório preliminar: Sanidade mental mantida, objectivo principal alcançado.

"Bem, vou andando, já estou farta desta merda. Até uma próxima vez."

sábado, outubro 21, 2006

Em '69 foi igual

Oh Santinhos bebe uma pinga
"no rules great scotch"
cabrões

segunda-feira, outubro 16, 2006

All we need is dovesouffle, ratatatataaaaaaaaaaa!



"Espécime avícola na cavidade metacárpica, supera os congéneres revolteando em duplicado"

Odeio pombas: quero vê-las fuziladas das cidades. Por mim era uma metralhadora, um mercenário, e zero pombas! Adios chicas...

Sair de casa...

Isto de ter "two places you call home", é o mesmo que não ter merda nenhuma. Eleges um temporariamente home, para onde, se tiveres espaço, levas livros e livrinhos, cds, dvds, o rádio leitor de cds, televisão, leitor de dvds... tudo para dar um aconchego a um local que não é teu, que nunca será teu, e que tu não desejas que seja.
A outra home fica despojada da tua essência, sempre arrumada, as almofadas no lugar, e começa lenta, mas inexoravelmente, a ser invadida por ursos de pelucia, que não são, nem nunca foram teus; por cacos oferecidos por gente desprovida de sentido estético, e que estavam escondidos no quarto do meio (não o virtuoso, mas aquele quarto tipo guarda-fatos Lewisano, em que se mete tudo o que não se quer ver, nem ter).
Assim, regresso a casa, ao meu quarto despojado de identidade, onde uma estranha limpa o pó de vez em quando, e ao olhar com saudades para a estante onde tenho os livros que fizeram e fazem de mim o que sou, dou de caras com uma estátua ao contrário. A criatura não soube vislumbrar qual era a parte da frente, muito ao meu estilo: nunca sei qual o lado direito de um napron redilhado.
Mistérios da vida, mas hoje ao ler o Sol, senti-me em casa, quando antes lia o Expresso.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Babe I'm on fire!

Quero outra vaca leiteira,
Mas não outra vaca qualquer
Não quero leite, nem manteiga
Nem vaca gorda feia
Talim talão!

Um colar eu lhe comprei
Aquela vaca gostou
Passeia pelo Shopping
Passa cheques com agrado
Talim Talão! (adeus dinheiro!)

terça-feira, outubro 10, 2006

Torce e cola

Azares da vida... Deus castiga, não é?
Mal acordei na 2ª de manhã, dei tal mau jeito ao pescoço que fui (depois de uma longa caminhada para o escritório) pouco direita para as urgências... Azar dos azares, 2ª é o pior dia para alguém ficar doente. Eram velhos e velhinhos, em cama e cadeira de rodas, eram quarentões de palito no canto da boca, refilões... Estive 2 horas para passar a triagem!
Diagnóstico: cervicalgia... vulgo torcicolo.
Agora apelo à vossa imaginação... Eu toda torcida. Para me vestir foi um inferno. Parecia uma anormal a pentear o cabelo. Tive de calçar as sapatilhas, e empurrar com o dedo os tacadores para dentro da sapatilha... quando bebo àgua o copo fica a meio... e lavar os dentes é uma aventura! Giro não é? Daria um belo sketch.
Mas doi que se farta, e ando a tomar medicamentos para o reumatismo, como os velhinhos... Ri-te, Ri-te! deus castiga! (castigat ridendo mores)

segunda-feira, outubro 09, 2006

Se gostasse tanto de cigarros como de bacalhau...



Se o homem tivesse sido feito para fumar teria nascido com uma chaminé na parte de trás do pescoço.
Eu comecei a fumar estupidamente no 1.º ano da faculdade, foi um bocado aquela coisa de a Maria vai com as outras… E eu que era completamente contra o consumo de tabaco. Drogas leves, mais concretamente maria-joana, até era a favor, agora tabaco achava ridículo, só podia fazer mal aquela porcaria… Mas a Maria foi com as outras, cigarro com café sabia bem, com leite frio também, depois dum grande jantar e com uma cervejinha, que bom…E tentar fazer bolinhas… tentar mesmo, porque faze-las só mesmo de longe a longe.
Estou com um cigarro na unha e com uma dúzia no maço… Há meses que penso em deixar de fumar, até já tive 2 tentativas frustradas. Claro, força de vontade é tudo e eu não queria deixar.
É de arregalar os olhos e abrir a boca até ás orelhas quando se faz contas aos cigarros que já se fumaram e que se continuam a fumar, diariamente, quase sem interrupções. Se cada cigarro nos tira 2 minutos de vida em cerca de 6 anos, fazendo as contas a 10 cigarros por dia isto dá uns 21900 cigarros, foda-se é demasiado, nem quero continuar a fazer contas. É saúde e dinheiro deitados ao lixo…
Hoje em dia nem sempre o cigarrito me sabe bem, ás vezes nem sei porque fumo ou nem dou conta que acendi o maldito rolo de papel com cancro lá dentro e está mal, está mal.
Tinha estipulado o fim do curso para me livrar desta porcaria, suponho que seria mais fácil, mas nunca vai ser fácil…
Gostava de dizer que este vai ser o meu ultimo maço maldito e adorava nem sequer o acabar, vou tentar mais uma vez, desta vez vou-me esmerar na força de vontade… Só espero no próximo post não escrever um choradinho de desculpas acerca do porquê de continuar a fumar.
E era simpático deixar de fumar, estou meio constipado desde a festa do avante e tenho a certeza que se não fumasse já andava rijo que nem um pêro.
O Bacalhau quer alho
, é o melhor tempero, quem comer alho fica rijo que nem um pêro… Não gosto de bacalhau.

domingo, outubro 08, 2006

Posta chatinha

Chato chatinho este domingo, se não faço nada sinto-me mal, se faço demais na segunda estou cansado. Só há dois dias de descanso e o 2.º torna-se stressante duma forma entediante… Já foi bem pior, lembro-me de domingos em reuniões de família acompanhadas pelo Big Show Sic, ou o filho da puta do domingo em que fui obrigado a desperdiçar a tarde numa comunhão duma prima que nem conhecia e nem conheci.

É chato ter que escrever propostas de trabalho para os meus professores, à parte do “quero fazer o que me apetecer, o que gosto, da forma que preferir” é difícil preencher umas quantas paginas com treta e referencias que por vezes nem são assim tão importantes. E nas exposições de Serralves todas megalómanas com coisas do arco-da-velha, com todo aquele texto em letras aparatosas, será realmente necessário?.. Se a obra fala por si o texto sufoca-a, e se não fala por si, não vai ser por ler uma composição toda floreada com palavras estranhas e vistosas acerca da pesca do bacalhau que vou compreender… Esta a nossa mania de dizer as coisas subtilmente, com grandes teorias, grandes justificações… Quero pão com chouriço, caralho!

E o futebol anda uma chatice também, o Benfica não joga nada há uma dezena de anos e isso tira a piada toda… O facto dos de vermelho terem ganho um campeonato numa das épocas mais chatas de sempre do futebol nacional também não teve assim muita piada… E soube a pouco.

E é chato toda a gente fumar coisas ilícitas e no entanto não existe uma coffee shop em Portugal e os dealers são mitras… E depois no Porto à noite se és teso, simplesmente não tens noite fora de casa. Há sempre o sítio do costume, mas como o pingo doce, também esse já chateia.

É chato ser finalista dum curso de 5 anos, principalmente se já perdeste um. Mais chato é veres os marmanjos que entram agora no mesmo curso que tu e vão ter muito menos trabalho e dentro de 6 anos podem já estar licenciados e mestrados, que cabrões!

E depois é chato o aquecimento global, o arrefecimento global, não perceber a quantas é que o tempo anda. É chata, a fome no mundo e a guerra no Iraque, chateia-me saber que a Coreia vai fazer testes nucleares e que o Fernando Santos ainda está no Benfica, chateia-me a Paula Bobone e irrita-me nunca ter tido o prazer de espetar uma tarte na cara de alguém, chateia-me ver um filho do presidente a presidente e um presidente que sonha ser o George Clooney e que tem pinta de sportinguista…

Chateou-me hoje ir jogar Playstation e verificar que o DVD boot que me deixa correr jogos pirateados estava estragado, fiquei ainda pior quando me apercebi que não podia fazer queixa a ninguém pois estava a fazer algo ilegal… E por consequência fiquei fulo depois de gastar mais de 1gb em tráfego internacional a tentar sacar vários supostos primeiro episodio da terceira série de LOST a partir de varias fontes diferentes para garantir que pelo menos um ia funcionar e depois eram todos FAKE! ARGHHHHHHHHHHHH!

E se é chato, se é chato coça, se coça faz ferida, se faz ferida tem que ir ao medico, se tem que ir ao medico tem que se pagar, se tem que se pagar é chato, se é chato coça, se coça faz ferida, se faz ferida tem que se ir ao medico, se tem que se ir ao medico tem que se pagar se tem que pagar é chato…

sábado, outubro 07, 2006

CHATOS

Há pessoas chatas, mas há seres que ultrapassam todos os limites. Falo dos Ditadores da chatice, Imperadores da estupidez, Reais Soberanos da conversa mole, Duques do narcizismo megalómano, Condes da voz insuportável.

Uma adjectivação tão numerosa não pode deixar de publicitar, para os mais atentos, que a lamentável autora deste post se encontra em estado de desgraça.

Pois bem, imaginem um sujeito, a que aleatoriamente chamaremos F.
Este sujeito, encarna o mais vil dos Imperadores da chatice. Sua exa não sabe que é incómodo, sua exa ri-se quando o mandam calar, a sua voz é adorável e o que diz pérolas, que ele por misericórdia desperdiça em plebeus (sua exa tem tios, primos, relações em todo o lado).

Virar as costas a sua exa é piada, dizer que sua exa é um chato, não é uma constatação óbvia, é uma anedota que recarrega as chatas baterias duracel de F, e lhe dá alento para mais uns looooooongos minutos a ouvir-se.
F não pensa. Como todo o chato, relaciona um qualquer facto, que qualquer incauto (também chato) deixou escapar, liga-se à corrente, e lá vai ele!

F é tão chato, que não fora o aproveitamento escolar, dizer-se-ia que é atrasado.
F é como uma mancha na melhor toalha, como o borboto nas camisolas benetton: é uma porcaria , mas é também inevitável que nunca nos iremos livrar deles.

Não posso deixar de pensar, com uma certa delícia, que da próxima vez que chamar a alguém chato, lhe estou a chamar, implicitamente, tudo o que aqui consta, que essa pessoa certamente não merece, mas que serve de compensação para a quantidade de vezes que mandei calar F... sempre em vão...

Calem-se os oportunistas. A tese da estupidez em directo só funciona em espécimes ainda não expostos a F.

Não sou crente, mas vou rezar por um milagre (o chato tem uma saúde de ferro, nunca adoece, mas tem sempre voz de constipado).